Herói

 


Na semana passada terminei de assistir a duas séries, dirigidas pela mesma pessoa. 😊

Ambas retratam cenários apocalíticos. 😏

(Não vou ser spoiler, prometo!) 😃


A primeria série apresenta um Ser Humano (com as suas imperfeições) que se sacrifica por um bem maior, realizando uma ação que sabia de antemão lhe ia causar a sua desgraça, mas não lhe resta alternativa para o (melhor) futuro de um conjunto de pessoas, muito maior que ele próprio. 😶

Não é personagem, é alguém que existiu em carne e osso, e a sua decisão de ser fiel à verdade, mesmo à conta da sua desgraça pessoal que o leva ao suicídio, em muito contribuiu para a queda de um grande império, no século passado. 😲


A segunda série apresenta o anti-herói, ficamos a adorar este personagem ao longo da série, torcemos por ele, entendemos o seu sofrimento, a sua revolta, sofremos com e por ele, ainda que as suas motivações e consequente decisões sejam egoístas. 🤔

Não deixa de ser um personagem, mas conseguimos identificar-nos com os seus sentimentos. 

E nesta segunda série as emoções ganham ao sacrifício/dever moral… talvez por isso, foi um final de temporada difícil de encaixar. 🤔


Então andei muitos dias a pensar no que é um herói. 🙄 

Foi uma longa reflexão! 

Afinal o que é um herói? 🤷


A procura de uma resposta, levou-me até Joseph Campbel e à sua obra Herói de Mil Faces. 😶


Gostei da explicação da jornada do herói mitológico já que muitas histórias replicam esta receita. 😊

Como? 🤷

• Isolando ou ampliando um ou vários elementos típicos do ciclo completo; 

• Encadeando um certo número de ciclos independentes e os transformam numa série simples (como por exemplo, na Odisseia de Homero). 

• Diferentes personagens ou episódios podem ser fundidos, assim como um elemento simples pode reaparecer sob muitas formas diferentes. 

 

Quais são os elementos da jornada do herói mitológico? 🤷

A jornada do herói mitológico começa com a saída do herói, do seu quotidiano, ao ser atraído ou voluntariamente se dirigir para o limiar da aventura. 🏃

Nessa altura, encontra uma presença sombria que guarda a passagem. 🧟

O herói pode derrotar essa força, por exemplo, através de uma batalha ⚔️ ou fazer um acordo com ela, fazendo uma oferenda 🌻.

Em resultado pode penetrar com vida 🦸 (no reino do terror), ou ser 💀 morto pelo oponente e descer morto (por exemplo, ser crucificado). 

Depois de ultrapassar o limiar, o herói inicia uma jornada por um mundo de forças desconhecidas e, muitas vezes, estranhamente íntimas, algumas das quais o ameaçam 🤼 fortemente, enquanto que outras lhe oferecem uma ajuda mágica. 🧪

Quando chega ao ponto central da jornada mitológica, o herói passa pela suprema provação e obtém  a sua recompensa. 🏆

O seu triunfo pode ser representado pelo casamento (sagrado), pelo reconhecimento por parte do pai-criador (sintonia com o pai), pela sua própria divinização (apoteose). Caso as forças se mantenham hostis ao herói, o seu triunfo pode ser representado pelo roubo da bênção (por exemplo, rapto da noiva).

[Ao nível mais profundo, o que aqui está a ser retratado é uma expansão da consciência do Ser através da libertação ou iluminação.]

O elemento final da jornada do herói é o regresso. 🏃

Se as forças abençoaram o herói, ele agora regressa sob sua proteção; se não for esse o caso, ele inicia uma fuga e é perseguido. 

No limiar de regresso, as forças transcendentais devem ficar para trás; o herói reemerge do reino do terror. 🏊‍♂️

A bênção que ele traz consigo restaura o mundo. ✨✨✨



Voltando às séries que andei a acompanhar. 

Na primeira, o herói perece mas restaura o mundo. 😊

Enquanto que na segunda, o anti-herói sobrevive, mas guarda a bênção para si próprio, roubando do mundo a sua salvação.


A parte melhor, é que, apesar de tudo, existem pessoas de carne e osso, que são capazes de ser heróis. 😊

Essas pessoas são os verdadeiros Seres Humanos. 🙏🙏🙏

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