Fragilidade da existência
"It has been said that the highest wisdom lies in detachment, or, in the words of Chung-Tzu, ‘The perfect man employs his mind as a mirror; it grasps nothing; it refuses nothing; it receives, but does not keep.’
Life exists only at this very moment. You may believe yourself out of harmony with life and its eternal Now; but you cannot be, for you are life and exist Now—otherwise you would not be here. Hence the infinite Tao is something which you can neither escape by flight nor catch by pursuit; there is no coming toward it or going away from it; it is, and you are it. So become what you are."
Alan Watts
A verdadeira arte do desapego, aqui maravilhosamente explicada por Alan Watts, é esta capacidade de tudo acolher, de nada recusar e deixar fluir. 💁
Ser capaz de nada reter.
Porque a única coisa que podemos viver é o momento.
Se vivermos nas memórias do passado, ou tentamos projetar o futuro, perdemos o momento e perdemos o Tao (o caminho).
Faz-me lembrar um post que diz "depressão = excesso de passado" e "ansiedade = excesso de futuro".
Talvez seja isso mesmo… 😏
E se o caminho não se pode escapar, nem ir ter com ele de propósito, como nos lembra Watts, nem ir de encontro, nem fugir dele, porque o caminho é, e tu és.
Então realmente só nos resta ser. 🤔
E em todos os momentos. 😊
Talvez perder o caminho, deixar de viver, é quando deixo de SER e me apego ao passado, ou tento projetar o futuro.
Aí não sou… 😑
Watts, como filósofo, fez o seu caminho e procurou a sua verdade.
Eloquente e carismático é difícil resistir à sua presença. 🙃
Ouvi horas de palestras gravadas de Watts... e sua voz profunda, o seu humor, a sua irreverência, de certa forma sexy, é muito apelativa. 😌
Entendo que conseguisse arrastar multidões. 😏
O SER também lhe deve ter sido difícil olhando para relatos que o descrevem como alcoólico, e assim, parecendo querer anestesiar o momento, e por isso podendo ser criticado como superficial. 😕
Talvez lhe tenha sido difícil integrar os ensinamentos. 🤔
Mas se isso era o que ele era, viveu a máxima: torna-te naquilo que és. 🙂
De resto, a maior pergunta de todas "quem sou?" 🤔
Alan Watts nasceu em Londres mas viveu a maior parte da sua vida nos Estados Unidos.
Ensinou Budismo, na Academia Americana de Estudos Asiáticos e, mais tarde, com o emergir do boom Zen, nos meados dos anos cinquenta, do século passado, fomentado por intelectuais, em São Francisco e Nova York, que celebravam as qualidades esotéricas da religião oriental, posteriormente considerado um movimento de contracultura, foi onde atingiu o auge da sua popularidade e foi a figura espiritual central do movimento revolucionário que unia ativistas dos direitos humanos, protestantes contra a guerra e apoiantes da liberdade de expressão, arrastando millhares de jovens para as suas palestras.
Morreu ainda eu não tinha nascido mas as suas palavras permanecem de certa forma eternas.
Pode-se ouvir a sua voz, sentir a sua presença, ler as suas palavras.
Alan Watts já não é.
Mas estes momentos passei-os com ele, nesta descoberta de saber quem sou, neste momento. 🙄
Apreciar cada momento, talvez seja a melhor forma de aproveitar a fragilidade desta existência, que se chama vida. 😊
E apesar de tudo, surpreendente e bela! 💓
O problema é que a vontade de "apreciar cada momento" não pode vir de palestras ou de conselhos que alguém nos dá. Só quando não estamos satisfeitos com a vida é que ela nos leva a perguntar "porque é que eu não consigo apreciar *este* momento?" E só depois dessa pergunta começamos a estar prontos para experienciar o momento.
ResponderEliminar(Como se diz em inglês: this is a note to self)
Sim, talvez seja Caracol. Mas cada vez mais penso que não deve ser só isso. Talvez seja mais o desapego, em vez de satisfação, que me permite aproveitar o momento. E sim, terá sempre de vir de dentro para fora... Os conselhos e palestras apenas podem ajudar a colocar as coisas em perspetiva mas o que fazes com isso, só tu tens a resposta. Tens razão. Obrigada pelas tuas reflexões e perspetivas. 😊
EliminarO que vem primeiro? A galinha ou ovo? O que vem primeiro? O desapego ou a vontade de satisfação? Eu concordo contigo, que o desapego leva-nos a um "outro nível" em que é possível ver a realidade com outros olhos. Mas como chegamos à vontade de "ter" desapego? Para mim, antes há uma vontade de nos sentirmos em paz (o que eu queria dizer com satisfação).
EliminarJá agora, acho que foi o ovo que veio primeiro :)
Tens razão. Essa discussão é muito antiga.... Epicuro (341 ac) já defendia que o bem supremo é o prazer (não no sentido estrito dos sentidos... mas será que esse prazer pode ser a satisfação que falas?) mas também defende o autocontrole, a temperança e a serenidade (será isto o desapego?) e que não há q ter medo da morte.... E conclui que o que interessa é viver o momento. Será o ovo ou a galinha. Mas também uma pescadinha de rabo na boca? 😀 é fascinante que as perguntas continuem sem resposta. Esse é o fascínio que me faz querer procurar outras visões, na tentativa de perceber o que me pode fazer mais sentido. Mas continuo a ter mais perguntas que respostas se é que tenho alguma... 🙄
EliminarHaha. Se calhar é mais pescadinha de rabo na boca. Pois é, acho que vamos ter sempre mais perguntas do que respostas. Mas aprendi que isso é bom sinal. Anda, vai levantando mais perguntas aqui com o blog. Até ao próximo post.
EliminarBlog está de férias?
ResponderEliminarA procrastinação é uma coisa tramada 😅 mas, às vezes, é preciso ganhar energia, ou, até mesmo, ficar apenas parado. 😊
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