Palavras
Desde a semana passada que dou por mim a concordar com Rorty 😏:
“Sem palavras não há raciocínios.
Sem imaginação não há palavras novas.
Sem palavras novas não há progresso moral ou intelectual”.
Ou seja, no fundo, só conseguimos percecionar o mundo através de descrições. 😶
E novas ideias precisam de novas descrições, novas metáforas… Para este bad boy da filosofia analítica, que cultiva um certo prazer em ser do "contra", há que "deslocar o paradigma que a filosofia emula da ciência para a poesia".
Como? 🤷
Através do desenvolvimento de uma perspetiva horizontal de saber onde a filosofia e a poesia seriam parte da conversação da humanidade.
Uma tentativa de promover narrativas ao invés de teorias.
À filosofia dá duas alternativas excludentes: ou seguir a ciência, produzindo resultados ("verdades") objetivos e possíveis de verificar ou criar um "discurso utópico edificante e visionário".
“Minha utopia [...] é uma em que os poetas, ao invés de cientistas, sacerdotes ou profetas religiosos, são vistos como a vanguarda da civilização e são os heróis e heroínas da cultura”.
Rorty considera que cada pessoa é diferente e original. 😊
Neste enquadramento, a arte ganha destaque como forma de autocriação e autoexpressão no processo contínuo de desenvolvimento da individualidade.
Rorty pressupõe um espaço romântico de autocriação, onde cada pessoa pode pensar ou agir de forma diferente das restantes.
Considera ainda o conceito de "conversão" como a coisa mais importante que podemos fazer, ou seja, a possibilidade de nos reescrevermos a nós próprios, no fundo, de nos tornarmos noutra pessoa.
E nesta conversão é que há esperança:
Podemos sempre mudar, recriar a nossa existência. 💪
Cada um de nós e enquanto coletivo, também.
Se por um lado, o Ser Humano é imperfeito, finito, também pode ser livre e mudar. 😊
À medida que vamos nos tornando independentes dos nossos progenitores, passamos a receber novas influências, seja sob a forma de novas tendências, nova musica, outros livros, e com isso, aumentamos as possibilidades e os juízos que fazemos sobre elas.
Estas influências vão sendo acumuladas com experiências na nossa vida… cada livro que lemos é como se conhecêssemos um novo amigo com quem podemos conversar, mas nenhum livro nos pode mostrar as coisas como são em si mesmas.
E por isso, a sabedoria de Rorty exige um balanço entre a capacidade de ouvir os outros, com a esperança que possam ter ideias melhores do que aquelas que já temos e, ao mesmo tempo, termos a capacidade de nos mantermos firmes até que o outro se convença que as nossas ideias são melhores.
Talvez por isso, para Rorty "Sábio" é quem consegue combinar originalidade com grande tolerância.
Não sei se estou convencida, ou não... mas confesso, que aos meus olhos Pessoa sempre foi um filósofo. 😊
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