Resolução para 2023



A grande resolução deste ano é gostar de mim, amar-me, e reduzir a lista de resoluções apenas a esta, é imediatamente libertador. 😃

Não é nova, antes uma continuidade do trabalho que tenho vindo a desenvolver. Somos resultado dos nossos hábitos e das nossas perceções. 

Não senti nenhum desconforto a definir esta resolução, nem nenhum tabu. Nem foi preciso escrevê-la porque sinto que está impressa em mim. 😊

Parece fazer sentido na minha mente e relaxa-me o corpo também. 💆‍♀️

Talvez esse pensamento seja uma espécie de regresso ao lar. 😶

Segundo Clarissa Pinkola Estes, em "Mulheres que correm com os Lobos", o lar "fica num lugar interno, um lugar em algum ponto do tempo, não do espaço, onde a mulher se sinta inteira". 

23, o ano em que me amo, em primeiro lugar. 😊

Mal o pensei, senti-me imediatamente inteira. 🤗

Não é um amor convencido da minha superioridade, em qualquer área que seja, é um amor que reconhece a fragilidade dos estados mentais, como o sábio indiano Shantideva, nos lembra "que pensamentos virtuosos se erguem, breves e transitórios", como relâmpagos que tudo iluminam para rapidamente se desvanecerem. Por isso os hábitos e a constância são tão importantes. 

Não regressar ao lar é andar adormecida, como uma sonâmbula e sofrer (de aridez, exaustão, nostalgia...). 😶

Voltar ao lar implica uma solidão voluntária que não é mais do que a capacidade de eliminar as distrações. 

Pode-se conseguir através da meditação, pela arte, ou apenas relembrar como nos desligávamos quando eramos adolescentes e a mãe nos chamava para jantar. 😁

Eliminar das distrações é importante para avaliar os muitos aspetos da nossa vida: o ambiente, o trabalho, a vida criativa, a família, o parceiro, os descendentes, os ascendentes, a vida espiritual e assim por diante. Avaliar como? Percebendo o que precisa menos e o que precisa mais. 😊 E depois ajustar para mais à frente voltar a avaliar porque a vida é feita de ciclos.

Sem distrações, sem ego, uma espécie de amor, uma compaixão cujo objeto é a mitigação do próprio sofrimento.😊

Shantideva ensina que o ego é a fonte de todo o sofrimento:

"A fonte da dor é o orgulho de dizer "eu", 

nutrido e aumentado pela falsa crença no si, 

para isto podeis crer não haver remédio, 

porem a meditação na ausência do si será a suprema via" (verso 77*)

E defende que o caminho da iluminação é através da eliminação do sofrimento, e uma vez que todos estamos ligados, pensar na pele como fronteira entre o Eu e os outros não tem qualquer utilidade:           

"o sofrimento não tem "possuidor".

Nenhumas distinções podem ser nele feitas.

Uma vez que a dor é dor, é para ser dissipada. 

Que utilidade há em traçar fronteiras?" (verso 102*)

Então:

"para me libertar a mim mesmo do mal

E aos outros dos seus sofrimentos,

Que me entregue aos outros,

Amando-os como me amo a mim próprio." (verso 136*)

Para que esta condição se possa verificar, então há que assegurar isto mesmo, que me amo a mim própria e estarei mais perto de minorar o sofrimento, em mim, e nos outros. 😊

E se estamos todos ligados, ver em mim, a mudança que quero ver no (meu) mundo percebido. 😊


E tu? Qual é a tua resolução para 2023?


* A Via do Bodhisattva
 




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Comentários

  1. Creio que amarmo-nos a nós próprios é o grande segredo para finalmente vermos os "astros alinhados" na nossa vida.

    Eu em 2023 vou continuar a minha procura pela equanimidade.

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