Conhecer
"Porque somente aquele que comanda a si mesmo pode comandar os outros; somente aquele que é livre pode libertar."
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Gosto dessa frase.
ResponderEliminarComandar a si mesmo é um grande desafio... decidir que vou fazer alguma coisa, por mim, e fazê-lo, sem procrastinar ou protelar é mesmo difícil... há sempre uma certa resistência. Os estoicos dizem que a liberdade está na escolha, que conseguimos instintivamente reconhecer o que está certo, ainda que fazer o que está certo seja geralmente a escolha mais difícil. Faz sentido, porque se fazer o certo fosse fácil, todos o fariam e nem era preciso filosofia! 😃
EliminarE tão difícil que é comandar as nossas ações. Falo por mim! De vez em quando escrevo num caderno umas "observações" e nestes últimos dias escrevi lá uns parágrafos sobre este tema. Depois ponho aqui.
EliminarOk fica combinado :)
EliminarAqui vão algumas das reflexões sobre a razão de eu não conseguir comandar-me a mim próprio.
Eliminar"Quando digo (prometo a mim próprio) que vou fazer algo durante x tempo, tenho uma expectativa, uma visão de um resultado. Se eu começo a fazer a coisa e há algo que não estava previsto na expectativa então o vírus começa-se a espalhar, acabando por infectar tudo e o resultado é eu parar de fazer essa coisa. A racionalização é como um vírus que se espalha e come todos os outros pensamentos anteriores. Talvez apareça por não ter analisado bem o problema e adequado a expectativa."
"O aborrecimento dá origem aos vícios. Os vícios levam à falta de confiança, que tem origem em eu faltar à minha minha própria palavra, a não fazer o que digo que vou fazer. Como se contrariam os vícios quando os pensamentos gritam por eles? Só mesmo reconhecendo os pensamentos pelo que são, coisas transitórias que aparecem na consciência e desaparecem. Quando não desaparecem é porque há resistência e, quando isso acontece, há falta de entendimento."
"Porque continuo com hábitos de que não gosto? Esses pensamentos continuam-me a aparecer. Era bom que eles não aparecessem mas a verdade é que aparecem. O que é que eu não entendo? Continuo a fazer o que eles mandam. Mas se não quero fazer, porque continuo a aceitá-los como ordens que tenho de seguir? Quando aparecem sei que são só pensamentos mas acabo por fazer o que eles dizem porque receio que se os ignorar, logo de seguida vou sentir desconforto. Mas o próprio desconforto não passa de outro pensamento. E eles aparecem constantemente. E assim continuo enleado neste enredo de ver os pensamentos como vida ou morte."
sobre a resistência:
EliminarA resistência é uma força que atinge todos. Adorei "A Guerra da Arte" de Steve Pressfield que explica esta força da resistência e podes encontrar as técnicas que ele usa para a conseguir ultrapassar. Quer dizer, que não estás só nesta luta. Que todos nós sentimos essa força que nos impede de nos elevarmos. (pensa que se fores no sentido descendente "todos os santos ajudam", mas no sentido ascendente vais sempre encontrar resistência. Quanto maior a elevação, maior a resistência).
Fazes bem em escrever, ajuda a despejar o que está na mente e a limpar… ganhas espaço para conteúdo mental mais favorável (se usares imagens funciona melhor do que palavras).
Uma das coisas mais reveladoras que percebi nos últimos tempos, foi que há pensamentos que aparecem na minha mente que não são meus. Pelos vistos, a mente individual está inserida dentro da mente da humanidade e uma ideia do outro lado do mundo, pode passar na minha cabeça. Quando te identificas com o pensamento (te apegas ao pensamento) passa a ser teu. Se estiveres vigilante, podes ter um pensamento e simplesmente deixá-lo ir embora. Passou pela tua cabeça mas não te identificaste com ele.
sobre o aborrecimento:
Relativamente ao aborrecimento, os católicos falam da "tibieza de espírito" que consideram um pecado mais leve e que leva "muitos à prostração espiritual, ao desânimo para com as coisas de Deus. (…) Nada para a pessoa tíbia é interessante ou novo, tudo vira rotina para ela." quando tenho essas fases, olho para o "aborrecimento" que descreves como expressão da tibieza. Perceber isto, ter consciência disto, ajudou-me. Olho para a vida como um exercício de autoconhecimento. Tudo o que me acontece (de bom e de mal) me ajuda a perceber o que EU SOU. Como? Pela minha reação, escolhas, ações… O que quer dizer que tudo isto é difícil. E há dias melhores que outros e está tudo bem. Faz parte. Não sou perfeita, nem nunca vou ser. Então estou focada no meu progresso, por mais ínfimo que seja. Torna-se mais fácil de gerir e não é tão avassalador. Pequenos passos. O próprio Dhammapada (Buda) nos diz que "Fáceis de fazer ao próprio, são as coisas prejudiciais. Mas extremamente difíceis de fazer são as coisas benéficas."
sobre hábitos:
Um dia perguntaram ao sábio qual a melhor forma de acabar com um mau hábito?
O hábito inverso - respondeu.
E tem a certeza que se o fizeres vais encontrar resistência (as histórias que contamos a nós mesmos) já que combater um (mau) hábito significa que estamos a tentar ascender, logo a resistência vai lá estar, temos que contar com ela.
Nassim Taleb alertou para a falácia da narrativa - a tendência de reunir eventos não relacionados do passado em histórias. Essas histórias enganam. Dão-nos uma sensação de certeza que não é real. Antes são meras bolhas de fantasia que só nos faz ficar na zona de conforto. Isolam-nos e não nos permitem tomar as rédeas da nossa vida, porque evitam que nos responsabilizamos por aquilo que fazemos e da forma como nos comportamos.
Esta conversa toda para te assegurar que a tua luta é a minha luta :) e tenho a certeza que é a luta do Ser Humano. As tuas questões são as minhas questões também. Mas pensando bem…. nem podia ser de outra forma… se a consciência é una (única) e todos fazemos parte dela. Perceber que não estou só no caminho dá-me ânimo.
Obrigada pela tua generosa partilha e pela reflexão que me proporcionou. 🙏
Pois.. todos sofremos do mesmo mal! Obrigado eu pela tua partilha. Fico feliz pelo entusiasmo e curiosidade que transparece na tua escrita.
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