Metamorfose

 



Este ano iniciei um novo passatempo - desenho e pintura. 🎨

Era algo que já pensava há anos mas protelava sempre. 😴

Eis que em janeiro lá me decidi a começar. 🙋

Tem sido uma nova aprendizagem, num contexto criativo que me agrada muito.

E foi neste contexto que li esta frase: "A metamorfose é irreversível. Depois que voa, a borboleta jamais volta a rastejar” que me deixou a pensar. 


A metamorfose da borboleta é um exemplo visual de que "O mundo não passa de mudança".


Percebi que para ser criativa tenho que ter um ponto de vista. 👀

Criar implica sair de cima do muro, implica exposição. 

E como se diz no atelier, o meu ponto de vista é o meu ponto de vista. 😀

E está tudo bem.


Neste contexto, "uma interpretação é uma coragem". 💪


Existem, no entanto, esferas da minha vida onde não tenho ponto de vista, seja por indiferença, seja por impossibilidade de conciliação de opostos.  

Nessas alturas pratico a "não-ação" e deixo apenas acontecer! 😊

Com uma espécie de confiança de quem sabe que tudo se revela no momento certo. 🙏


"E tudo toma jeito", como diz a minha mãe. 😉


Voltei a Lao Tsé e a Taoísmo. 

A não-ação é um dos conceitos fundamentais do Taoísmo. 

Esta não-ação não se refere a ficar imóvel ou não fazer nada. 

Está antes relacionado com uma certa disposição de espírito que não se importa com o resultado, seja ele uma eventual recompensa, ou um eventual fracasso. 

Esta não-ação traz consigo tranquilidade na observação dos fenómenos que nos são externos. 

Se pensarmos na água, quando as águas estão agitadas, não conseguimos ver nada. 

Já quando as águas estão tranquilas, vemos com clareza. 

Tanto a euforia, como a angústia, agitam as águas e tudo fica turvo. 


Este aspeto místico da não-ação, talvez seja aquilo que chamamos fé, aqui no ocidente, já que apela a uma força superior. 

Uma paz com confiança e esperança. 


Até porque como Lao Tsé escreveu, "O caminho é uma constante não-ação, em que nada fica sem ser feito.


E portanto, não me sinto pressionada para ter interpretações para tudo, ter opiniões sobre tudo, fazer juízos de valor, ou sentir-me coagida a agir. 😊


Já no processo criativo, nada conseguiria criar sem uma interpretação, ou sem o meu ponto de vista. 

A lagarta iniciou mais um processo de mudança, dentro do casulo "atelier" e começa a ganhar asas.


E depois tudo se ajeita… 😏


E não é que fui desafiada a conduzir, no próximo sábado, uma sessão sobre o tema "mudança". 😀

Muito apropriada já que marca o ínicio do novo ano Toastmaster. 

Ser Toastmaster é outro dos meus passatempos: a comunicação e liderança! 

Não deixa de ser uma outra forma, criativa, de expressar pontos de vista, de interpretar através das palavras, a minha realidade. 😊


Pontos de vista e interpretações são importantes, na expressão prática da criação, da criatividade, da arte. Já na vida será mais sábio praticar a não-ação. 

Aqui está uma conciliação de opostos possível. 😀


Demócrito foi mais longe afirmando que "a vida é o que dela se pensa." 

Pensando no plano da grande criação, na existência, acredito que tudo faz parte da unidade, incluindo todos os pontos de vista e interpretações. 


E sendo a vida o que dela se pensa, essa disposição de espírito que não se importa com o resultado e a tranquilidade na mente perante os acontecimentos, favorecem um pensar propício a uma boa vida, sem perder o Tao.

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Comentários

  1. "Existem, no entanto, esferas da minha vida onde não tenho ponto de vista, seja por indiferença, seja por impossibilidade de conciliação de opostos."

    Revejo-me nesta frase que escreveste. Principalmente com a "impossibilidade de conciliação de opostos". Às vezes chateia! Chateia porque penso que devo ter uma opinião clara sobre algo. Mas como tu dizes, nestes casos o melhor é aceitar essa ambivalência e praticar a "não ação".

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    Respostas
    1. Sim melhor mesmo é aceitar a ambivalência porque a frustração turva o discernimento (também agita as águas). talvez seja a melhor forma de ultrapassar o desafio.

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