Tentar demais



"Acredita em ti, confia que estás no caminho certo, não fiques na dúvida seguindo os caminhos daqueles que deambulam em todas as direções.

Séneca

Voltando atrás… como cheguei a este ponto? 🙄

Tudo começou com uma mudança. 😐

Essa mudança despoletou medos e inseguranças. 🙄

Um pensamento levava a outro e mais outro e, em breve, era um desfilar de pensamentos inquietantes, tristes, inseguros ao ponto de revisitar dolorosas experiências (sempre soube que a dor é viciante). 😫

Estava a rever a minha vida apenas focando no que tinha acontecido de pior. 😐

E em loop. 

Um loop interminável que cessava temporariamente quando dormia ou meditava. 

E às vezes também me invadia os sonhos. 

Era uma perseguição. 😫

Só que eu estava a ser o perseguidor e a vítima ao mesmo tempo. 🙄

Algo que me caracteriza é querer sempre saber mais, querer aprender, e essa ânsia de aprender e querer saber tudo, levou-me a um ritmo de leitura desenfreado. 

Queria ocupar a mente! 

Pensava que num desses livros estaria a resposta que tanto procurava, que encontraria a paz que me faltava.

As práticas de meditação sempre trouxeram paz, mas logo a seguir o fluxo de pensamentos retomava. Só isso já não estava a chegar. 😐

O conflito interno agora também se estendia às correntes de pensamento que andava a absorver, comparava teorias, pesava argumentos, como se andasse à procura da receita ideal em todos esses referenciais. 🤔

Uma receita que funcionasse para mim e quem sabe para mais pessoas.

Nunca gostei de aprender sozinha. 😶

Achava um desperdício. 🙄

Gosto sempre de ensinar aquilo que estou a aprender. 

Mas refletindo bem….

Não seria também uma forma de pouco me dar valor? 🤔

Ou até mesmo um certo medo em assumir que gosto de ensinar? 🤔

Ou do que possa ensinar não ser bom? 🤔

Ou não ter confiança que alguém possa aprender comigo? 🤔

Aprender sozinha um desperdício? 🙄

Encontrei aqui mais um mito mental.  😐

Aprender sozinha não é um desperdício! 😊

Agora prefiro pensar que ensinar o que aprendo é uma forma eficaz de integrar os novos conhecimentos. 💪💪

E ler livros sofregamente, sem deixá-los a marinar dentro de mim, também não me fez bem. 🤔

Essas leituras têm de passar pelo crivo do espírito para serem assimiladas e, aí sim, consigo tirar partido das aprendizagens para mim, e potencialmente para os outros que se interessem a aprender comigo.

Eu andava a tentar demais! 😐

O conflito interno alastrou para todas as áreas ao ponto de não saber nada, nem o que estava a sentir.

Eu que procurava a consciência estava cada vez mais inconsciente.

A minha mente estava tão ativa que se estava a tornar inoperante! 😫

E simultaneamente andava de rédea solta, o Eu (Perseguidor) e o Comigo Mesmo (a Vítima), no fundo as nossas vozes internas, não se calavam um único segundo. 😐

Talvez porque o Eu acedia a novo conhecimento, gerava mais pensamentos, mas o Comigo Mesmo não fazia nada com isso, não agia. 🤔

Se calhar o Eu, no fundo, não acreditava que o Comigo Mesmo tivesse capacidade para realmente agir e mudar as coisas. 🤔

Então o Eu procurava outro livro e começava tudo de novo. 

A falta de confiança aumentou a frustração e o conflito interno. 

O meu esforço não me estava a levar a lado nenhum. 😫

"No fundo está o melhor solo para semear e ver crescer algo de novo. Nesse sentido, chegar ao fundo do poço, embora extremamente doloroso, é chegar ao terreno de semeadura."

No meu atual processo de desenvolvimento pessoal, comecei a ter leituras orientadas e ao mesmo tempo ações rotineiras para mudar. 😊

Na verdade, a mudança desejada era (apenas!) deixar de me sentir mal para me sentir bem. 😏

E isso significava mudar a minha perceção. 😊

Sou abençoada na minha vida, como me podia sentir mal? 🙄

Percebi durante o processo que o "esforço sem esforço", que resulta de uma consistência e persistência em ações, repetidas, positivas, trouxeram mais resultados que o "tentar demais". 

As ações repetitivas e positivas, gradualmente, começaram a trazer resultados. 😊

O ruído mental baixou de volume, aprendi a confiar em mim e não andar constantemente a julgar e a ponderar. 😊

As ações positivas são tão simples como fazer visualizações, ou escrever a lista, diária, das coisas pelas quais sou grata. 

O agir levou o foco para aquilo que me acontece de bom, em vez de me deixar paralisada nas ponderações que criam angústia. 

Havia um grande desequilíbrio entre o pensar e o fazer.  

E quando equilibrei estes dois pratos da balança comecei a voltar a sentir harmonia, calma…. 😃

O lago voltou a estar calmo e sereno, não só aparentemente (à superfície) mas, sobretudo, nas águas profundas. 🙏💓

Finalmente tinha percebido que integrar o meus Eus implicava pensamento e ação e essa integração trouxe-me novamente para o meu caminho. 😊

O meu Eu deixou de criticar o Comigo Mesmo e passou a confiar nele. 

Quando for preciso ação, o Eu sabe que o Comigo Mesmo vai agir. 

Libertei-me da necessidade do controlo e passei para o modo "deixar acontecer". 

Sem (auto)julgamento, há mais confiança e a alegria voltou a emergir. 😃

O Eu está alerta, mas sem esforço: permite-me ser mais espontânea e não absorvida pelo conflito interno, pelas preocupações, arrependimentos ou antecipações. 

O Eu voltou ao presente e as ações positivas repetidas permitiram finalmente a união do Eu com o Comigo Mesmo. 

Deixo que o Eu estabeleça metas e permito que o Comigo Mesmo as execute.

As visualizações são ótimas porque o Comigo Mesmo funciona melhor com imagens. 

A Luísa passou a ser Una, outra vez. 😃

Posso afirmar que me sinto bem. 

Sim, voltei a sentir. 😊

Não será isso aumentar a consciência (da realidade) sem (auto)julgamento?

Continuo a ser observadora, mas deixei de analisar.

E estou menos preocupada com corresponder a expetativas! 

Sou como sou. 

Tão simples quanto isso.

Estes textos também me estão a ajudar a acalmar ainda mais a mente. 😃

Percebo agora porque fui desafiada a escrevê-los e a partilhá-los. 🙏🙏

Finalmente estou a agir sobre o que li, e assim equilibrar ainda mais o Eu com o Comigo Mesmo.😃

Até porque há tantos livros à espera de serem lidos e escritos por mim! 😊


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Comentários

  1. Eu também tenho esse problema de "no próximo livro é onde vai estar a solução". Mas isso, percebo agora, é uma busca infrutífera. De fora parece que me aproxima do centro mas na realidade mantém-me a andar em círculos eternamente.
    Estou convencido que são estas frustrações todas que nos fazem perceber o caminho correto.
    Fico contente por estares a encontrar o teu. 💪

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    Respostas
    1. Se calhar o caminho é somente esse... um círculo interminável, o eterno retorno, procurando a libertação / salvação. todos os Grandes pensadores se debruçam sobre isto mesmo... até pode ser busca infrutífera mas haverá alternativa? Para não me perder nessa busca, vale a pena conhecer-me bem, ainda que a realidade talvez não seja mais do que um jogo de espelhos. Fiquei animada com Henri Bergson (se bem que não é levado muito a sério) porque ele considera que "Se o tempo não acrescentasse nada ao real, o universo seria dado todo de uma só vez." acrescentando que "O facto de a realidade estar habitada por processos e não por coisas sugere que ela mesma se retarda e acelera de forma absoluta, que é vacilação e esforço, e que não está decidida, mas a decidir-se, dura sob ritmos e tensões muito diversas." e que "Essa duração tem um sentido, uma chamada à nossa ação, a pista de exercício da nossa liberdade."

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