Imaginação versus Fantasia I
Conhecem o conto da menina dos fósforos de Hans Christian Andersen? 😶
⚠️⚠️⚠️⚠️ Spoiler Alert:⚠️⚠️⚠️
Muito mas muito resumidamente: É a história de uma menina mendiga que vende fósforos para sobreviver, até que numa noite muito fria, ao não encontrar nenhum comprador, acende fósforo a fósforo, na tentativa desesperada de se aquecer, deitada na neve, acaba por morrer, fantasiando com uma linda sala quente, onde vê um grande banquete servido e recebe um caloroso abraço da avó.
Este conto chama-nos a atenção para o perigo da fantasia, que é gerada na mente, tal como a imaginação.
Quis aprofundar melhor a diferença entre a Imaginação e a Fantasia. 😶
Apesar de nascerem do mesmo plano, se a Imaginação é o poder da criação do Ser Humano, porque é que a Fantasia faz mal e congela a alma (como aconteceu com a menina dos fósforos que morreu congelada fantasiando com o calor e o aconchego)? 🤔🥶
E foi assim que cheguei até à palestra sobre este tema da Lúcia Helena Galvão, na Nova Acrópole.
Esta semana decidi partilhar o que aprendi com ela.
A Imaginação gera novas ideias e como tal é a poderosa ferramenta da criação, incluindo a mim mesma (a criação da minha identidade) e, por isso, é fundamental ser usada para me desenvolver, ou seja, usar a Imaginação é algo muito positivo. 😊
Já a Fantasia, é a polaridade negativa da imaginação, pois a Fantasia não ambiciona tornar-se realidade mas traz satisfação imediata. 😶
Daí o seu perigo: a Fantasia ao dar prazer imediato, sem esforço, é altamente viciante e ao criar uma substituição da vida, compromete-me. 🤦
Como? 🤔
O vicio da fantasia não me deixa fixar a atenção no presente e, ao criar um mundo paralelo que vai queimando os fósforos da vida, um a um, sem nenhuma projeção para realizações futuras, a fantasia rouba-me a vida. 😶
A Fantasia pode ser alienação mental, um caminho de fuga e por essa razão, a Fantasia é passiva, e pode ser absorvida do meio. 🤔
Tentei perceber melhor esta parte da Fantasia poder ser absorvida pelo meio…. 😶
Pelos vistos, na construção da minha identidade, é preciso existir modelos, já que eu não me posso construir a mim própria, sem ter um modelo daquilo que quero ser. 🙄
O grande problema é que se eu não imaginar o modelo da identidade que quero ter, esse modelo vai ser absorvido por padrões (da sociedade). 🥴
Estes padrões infiltram-se na (minha) desatenção e quando menos se espera estou a fantasiar (já sei que fantasiar congela a alma e rouba a vida 🥶).
Então a Fantasia além de ser passiva e ser viciante, ela também se alastra, infiltra-se e contagia. 😲
Será preferível ser eu a definir um (bom) modelo. 😊
Como? 🤷
Lúcia Helena sugere que me inspire nos grandes Seres Humanos, com sabedoria e, assim, não permitir que a Fantasia me contagie e ocupe o (meu) espaço mental. 😶
Um dos exemplos que deu foi de Lao Tsé que escreveu sobre o que é Ser Humano sábio…
📋 acrescento à minha to do list ler outra vez a obra de Lao Tsé "O Livro do Caminho e da Virtude".
Tendo identificado o modelo (neste caso, Lao Tsé) para me construir nessa direção, posso deixar inspirar-me por ele e criar um referencial mental (neste caso, chama-se Imaginação). 😊
E caso não opte por esta solução, então, invariavelmente, vou ser contaminada pela fantasia do modelo coletivo, no qual não me revejo, mas influencia a minha tomada (inconsciente) de decisão e a minha resposta à vida. 😲
Não ser contaminada e, no fundo, ser Senhora de Mim, só pela conjugação da Imaginação com a Vontade, isto implica uma decisão no plano mental e perseverança e persistência na sua execução, ou seja, a minha identidade pode construída com uma ideia e depois imprimir-lhe um ritmo e determinação para lá chegar, sem me deixar influenciar pelas ideias do coletivo. 😶
Obrigatoriamente o planeamento está aliado a uma execução. 🙄
Já a Fantasia transforma-me em clone, pois ao seguir os padrões do coletivo, deixo de ser original e singular, no fundo, deixo de Ser Humana. 😵
Lúcia Helena faz a analogia do programa de computador, em que pensamos que decidimos, mas apenas ligamos o botão, a aplicação só corre e toma todas as decisões por nós. 😲
Tal como num Data Hub, a minha mente está inserida dentro da mente da humanidade e uma ideia do outro lado do mundo, pode passar na minha cabeça. 🤔
Então é fácil perceber como posso ser influenciada… e nada na vida é impune. 😒
Daí a necessidade de depurar o gosto, porque sou influenciada por tudo o que ouço, por tudo o que leio, pelas minhas companhias. 🙄
TUDO VIBRA NO MESMO PADRÃO, NA MESMA SINFONIA.
O caminho para não ser contaminada, só através da definição do tipo de pessoa que quero ser, definir os meus princípios, definir aquilo que procuro e os valores que me regulam. 😊
Qualquer ideia que passe na minha cabeça que não se enquadre nesses parâmetros então já sei que não sou eu.
Basta perceber que essa ideia pode ter passado na minha cabeça mas deixá-la seguir o seu caminho e encontrar o seu dono, porque eu SEI que a ideia não é minha. 😏
Porque ao me conhecer a mim própria, eu sei o que dentro de mim, eu sou. 😊
Inteligência quer dizer: escolher dentre, ou seja, escolher o que sou e o que não sou.
Então a identidade é a maior inteligência. 🧐
Confesso que já não foi novidade, tendo vindo a trabalhar exatamente sobre isso.
Já tinha percebido que a construção da identidade é então um ato de vontade, uma decisão: Eu sou (…).
Depois de definir é preciso vigiar, para que não me deixe influenciar a ser outra coisa.
A partir daqui torna-se mais fácil…. E, se surgir uma ideia com a qual eu me identifico, posso apropriar-me dela e identificar-me com ela. 😊
A vida afinal é este exercício de imaginação e vontade. 🙆
Se não fizer isto, estou apenas a existir, a sobreviver. 🙅
O engraçado é que se não sou eu a planear, é porque alguém o está a fazer por mim. 😲
E quando não me comprometo com ideia nenhuma é porque me comprometi com a alienação. 😱
A fantasia é exatamente quando eu não planeio (alguém o fez por mim) mas executo.
Lúcia Helena lembra: Se eu não imagino então sou imaginado, com ideias que outros infiltraram na minha mente e nem me apercebi que o fruto que gerei foi de uma semente que não era minha.
Então deixemos as fantasias de lado! 😊
Vamos imaginar (quem sou e quero ser; que valores e princípios são os meus) e depois executar! 💪
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Tocaste num ponto muito importante, a fantasia, e com o qual me debato regularmente. Eu sei que a fantasia me faz mal mas dou muitas vezes por mim a... fantasiar. Seja com melhores relações ou melhor trabalho. Dou por mim a ser passivo.
ResponderEliminarJá a imaginação remete-me para a ação e proatividade, importante para se concretizar alguma coisa.
Nunca tinha pensado nessa distinção. Obrigado.
Mais ou menos relacionado.. conheces o René Girard?
"De acordo com Girard, todo desejo é a imitação do desejo de outra pessoa. Longe de ser autônomo (esta é a ilusão romântica), nosso desejo é sempre despertado pelo desejo que outro - o modelo - tem por qualquer objeto"
Não conheço e fiquei curiosa :D Mais uma referência para a lista de leituras. :) Obrigada pela dica. Tendo em conta que somos contagiados pelos padrões da sociedade (a tal fantasia), os gostos individuais, são afinal absorvidos do coletivo... e sem conhecer as ideias do autor, concordo que existe essa mímica inconsciente. Aqueles que elegemos como modelos influenciam mais ainda porque existe uma decisão consciente e a nossa atenção é direcionada ... possam os "modelos" ser elevados nos seus valores e que nós possamos dar passos nessa direção/construção. Neste último tipo de mimica, acabamos por ser mais livres, porque de alguma forma escolhemos a referência e estamos a praticar a imaginação com a vontade. Enquanto que na primeira mímica, nem percebemos que estamos a só a executar, sem termos escolhido nada verdadeiramente.
EliminarAbri agora o Facebook e dei por mim a sentir "coisas", a começar a ser influenciado pelas opiniões das pessoas que comentam tudo sempre pela negativa. Realmente ou se "cura" (não sei se é este o verbo) muito bem do ambiente à nossa volta ou então ficamos amargos como eles.
ResponderEliminarMas é incrível como sinto estas "coisas" cada vez que abro o facebook. Se calhar está na altura de fechar (mais uma vez) a conta.
Bom resto de semana